neurocirurgião

Qual o papel do neurocirurgião no tratamento de um tumor cerebral?

O neurocirurgião é um dos profissionais que exerce papel fundamental no tratamento de tumores cerebrais, sendo o especialista responsável por avaliar, diagnosticar e operar as lesões no sistema nervoso central, que inclui o cérebro e a medula espinhal. 

Segundo o neurocirurgião paranaense Ivan Hattanda, que atende na Clínica Cen, em Londrina, o neurocirurgião é frequentemente envolvido no diagnóstico de tumores cerebrais quando os sintomas sugerem uma condição neurológica. 

“Ele avalia os sinais clínicos apresentados pelo paciente, como dores de cabeça, convulsões, dificuldades motoras, na fala ou cognitivas, e solicita exames de imagem, como ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC), para investigar a presença, localização e características do tumor”, assinala o médico.

Com o diagnóstico em mãos, o neurocirurgião acolhe o paciente e explica tudo sobre o tumor e sua jornada para o tratamento. Ele avalia a indicação de uma cirurgia e, junto com o paciente e a família, traçam um plano terapêutico neurocirúrgico. 

“O tipo de tumor, sua localização no cérebro, seu tamanho e o estado de saúde geral do paciente influenciam nesse planejamento cirúrgico. Na maioria dos casos, a cirurgia é a melhor opção tanto para fazer o diagnóstico definitivo por meio da biópsia quanto para remover o tumor completamente ou reduzir o máximo possível do tecido tumoral. Em outros casos, terapias menos invasivas podem compor o arsenal de tratamento”, explica Hattanda.

Com relação à quantidade de tumor ressecado, o especialista cita:

  • Ressecção Total: remove completamente o tumor quando possível, com o objetivo de curar ou aumentar as chances de sobrevivência.
  • Ressecção Parcial: reduz o tamanho do tumor para aliviar sintomas ou facilitar tratamentos complementares, como a radioterapia e quimioterapia.
  • Biópsia Cerebral: coleta uma amostra do tecido tumoral para análise histopatológica e confirma o diagnóstico, identificando o tipo e o grau do tumor.

Dr. Ivan Hattanda explica que a abordagem cirúrgica mais utilizada é a cirurgia aberta por meio da craniotomia – uma abertura no crânio para ter acesso ao cérebro. Existem outras vias menos invasivas que, dependendo do caso, podem ser utilizadas, como a endoscopia, estereotaxia e até mesmo a radiocirurgia, que utilizam radiação focada para destruir células tumorais sem necessidade de incisão. Cada caso deve ser avaliado e individualizado para definir a melhor via cirúrgica.

O papel do neurocirurgião nos cuidados intra e pós-operatórios

Durante a cirurgia, o neurocirurgião deve ter muita atenção e cuidado no manuseio do cérebro, nervos e vasos sanguíneos, pois essas estruturas tão delicadas podem afetar a função cerebral e até causar danos vitais. Para que a cirurgia seja realizada com tanta delicadeza, o neurocirurgião utiliza o microscópio cirúrgico, que ajuda tanto na magnificação da imagem quanto na iluminação. 

Técnicas como a monitorização neurofisiológica intraoperatória e a cirurgia “awake”, quando o paciente é mantido consciente, são utilizadas nos casos em que o tumor está próximo de áreas críticas do cérebro, principalmente em locais relacionados à linguagem.

Outras tecnologias também auxiliam na cirurgia desses tumores, como a neuronavegação intraoperatória, localização estereotáxica e o aspirador ultrassônico. “São tecnologias que aumentam a segurança e a eficiência de uma cirurgia neurológica”, afirma o neurocirurgião.

Após a cirurgia, o especialista continua acompanhando o paciente para garantir uma boa recuperação. “Complicações, apesar de raras, como infecções, inchaço cerebral ou déficits neurológicos são gerenciadas pelo neurocirurgião durante essa fase”, diz Hattanda.

Ele reforça que o tratamento do tumor cerebral é multiprofissional, envolvendo especialistas de outras áreas, como oncologistas, radioterapeutas, neurologistas, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos dentre outros.

O neurocirurgião trabalha em conjunto com esses profissionais para desenvolver um plano de tratamento abrangente tanto antes da cirurgia como após. Isso pode incluir terapias complementares, como quimioterapia e radioterapia, para reduzir o risco de recorrência do tumor ou tratar tumores inoperáveis.

Vale lembrar que o neurocirurgião desempenha um papel fundamental no acompanhamento dos pacientes com tumor cerebral a longo prazo. “Realizamos exames periódicos para monitorar o local operado, além de tratar sintomas neurológicos decorrentes da doença.”

“O diagnóstico e o tratamento precoce, realizados por uma equipe especializada, fazem toda a diferença” ressalta o neurocirurgião, destacando a importância de buscar a avaliação de um especialista assim que uma lesão no sistema nervoso central for diagnosticada.

 

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