O neurocirurgião Ivan Hattanda, que atua na Clínica Cen, em Londrina, esteve em Tampa, na Flórida (EUA), entre os dias 20 e 23 de fevereiro, para participar do Spine Summit 2025, congresso promovido pela Seção de Distúrbios da Coluna e Nervos Periféricos (DSPN) da Associação Americana de Cirurgiões Neurológicos (AANS)/Congresso de Cirurgiões Neurológicos (CNS), que reuniu os principais cirurgiões de coluna, pesquisadores e profissionais de saúde para explorar o tema: “Inovação em tecnologia cirúrgica: moldando o futuro do cuidado da coluna“.
“Fui para os Estados Unidos com o objetivo de trazer novas tecnologias e novos conceitos que podem ser aplicados no Brasil”, justifica o Dr. Hattanda, que está sempre em busca do que há de novo no campo da neurocirurgia e cirurgia da coluna, suas duas especialidades.
“O evento contou com a presença de cirurgiões de coluna e neurocirurgiões que atuam em doenças degenerativas da coluna, como hérnia de disco, até tumores e deformidades. Foi discutido como os robôs estão cada vez mais presentes nas salas cirúrgicas e como são importantes ferramentas para o cirurgião”, conta o médico.
Ele destaca alguns dos principais temas debatidos durante o evento, como o uso da tecnologia assistida, que tem como exemplos a realidade aumentada, a neuronavegação, o uso de robôs e a inteligência artificial, e o quanto essas tecnologias já têm ajudado e podem ajudar ainda mais os cirurgiões no futuro.
“A vantagem do uso de robôs é que você aumenta o poder de decisão do médico e seus resultados, diminuindo os ruídos a que o ser humano é exposto, como o cansaço e a parte emocional. Dessa forma, o cirurgião consegue ter uma consistência maior dos seus bons resultados, sem cansar tanto a cabeça”, avalia.
O Spine Summit mostrou, ainda, os avanços científicos no uso de medicação para doenças degenerativas da coluna. “Uma delas é a mielopatia espondilótica cervical, o nome do desgaste da coluna cervical no idoso, por uma hérnia de disco ou bico de papagaio, que começa apertar a medula e apresentar sintomas como fraqueza e dor.”
“Existem alguns medicamentos que podem ser introduzidos em pacientes que são cirúrgicos para melhorar o resultado da cirurgia deles”, comenta o Dr. Hattanda, citando, também, as inovações no campo da artrodese – procedimento cirúrgico que consiste na fusão de duas ou mais articulações do corpo.
“Em pacientes jovens com hérnia de disco na coluna cervical é comum realizar a artrodese, que é quando o cirurgião você cola uma vértebra em cima de outra vértebra para tratar a hérnia, mas há vários anos tem se feito a artroplastia, na qual você substitui a articulação e diminui as consequências tardias de uma artrodese. Durante o Summit, foi debatido o quanto essa diminuição de complicações tardias realmente impacta o paciente”, diz o neurocirurgião.
Sobre o Spine Summit
Durante o encontro foram apresentados nove cursos especializados em parceria com a Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos, AO Spine North America, Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Sociedade Brasileira de Coluna, Sociedade de Pesquisa em Coluna Cervical, International Spine Study Group, Sociedade Coreana de Pesquisa em Cirurgia Minimamente Invasiva da Coluna, Sociedade de Pesquisa em Coluna Lombar e Sociedade de Pesquisa em Escoliose. As aulas destacaram tecnologia de ponta, pesquisa e avanços cirúrgicos, enfatizando o poder da colaboração para melhorar os resultados dos pacientes.
Para o Dr. Juan S. Uribe, presidente do DSPN, a inovação está no coração de cada procedimento espinhal hoje. “Esta cúpula promove a colaboração e o compartilhamento de ideias que definirão o futuro do tratamento da coluna”, resume.
Adaptando as novas informações adquiridas no curso para a realidade local, o Dr. Ivan Hattanda pretende aplicar o que aprendeu na sua prática clínica, em Londrina, “principalmente o uso da realidade virtual como ferramenta de planejamento cirúrgico”, prevê.