tumor cerebral

Quais são as etapas de uma cirurgia para retirada de um tumor cerebral?

O diagnóstico de um tumor cerebral não é uma notícia fácil de receber. Muitas dúvidas e medos atormentam a vida do paciente e familiares. O acolhimento dessa situação singular na vida dessa pessoa aliado ao esclarecimento da patologia é o primeiro passo para o tratamento.

A cirurgia para a retirada de um tumor cerebral é um procedimento altamente especializado, que envolve diversas etapas complexas para garantir a segurança do procedimento e a máxima remoção do tumor, sem comprometer as funções neurológicas do paciente.

De acordo com o neurocirurgião Dr. Ivan Hattanda, que atende na clínica Cen em Londrina, antes da cirurgia, o paciente passa por uma série de exames para avaliar a localização do tumor, seu tamanho e sua relação com estruturas cerebrais críticas.

“Esses exames incluem basicamente ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC). Outros exames podem ser solicitados dependendo de cada caso. Todo esse estudo com exames nos aproxima da melhor suspeita diagnóstica e é essencial para um bom planejamento cirúrgico.”

Além dos exames de imagem, o paciente é avaliado por uma equipe multidisciplinar que, além do neurocirurgião, pode ser composta por neurologista, nutricionista, fisioterapeuta, pneumologista, cardiologista, endocrinologista, nefrologista e anestesista.  

O tempo do preparo para cirurgia pode variar entre dias e semanas, dependendo da complexidade do caso, das comorbidades do paciente e da condição de saúde do paciente.  

Uma cirurgia para remoção de um tumor cerebral segue as seguintes etapas:

  1. Anestesia e monitoramento: o paciente recebe anestesia geral ou, em alguns casos específicos, pode permanecer acordado durante parte do procedimento para monitoramento das funções cerebrais.
  2. Incisão e abertura do crânio: o cirurgião realiza uma incisão no couro cabeludo e abre uma parte do osso do crânio (craniotomia) para acessar o cérebro.
  3. Localização precisa do tumor: técnicas avançadas, como neuronavegação e localização estereotáxica, e até o uso da realidade aumentada auxiliam na identificação exata do tumor e sua remoção segura. 
  4. Ressecção do tumor: o tumor é removido utilizando técnicas microcirúrgicas, que englobam o uso do microscópio cirúrgico e material de microcirurgia. Existem outros métodos que podem ser agregados, dependendo do caso, como a monitorização neurofisiológica intraoperatória e o aspirador ultrassônico, que auxiliam na ressecção segura do tumor. 
  5. Finalização: após a remoção do tumor, a parte óssea do crânio é recolocada e fixada e a pele é suturada.

 

O tempo médio de duração de uma cirurgia para a retirada de um tumor cerebral gira em torno de 6 horas, dependendo do tamanho e da localização do tumor, além da técnica utilizada. “Pode ser rápido, com duração de 2 horas, ou demorar o dia todo”, destaca o médico.

Segundo ele, o paciente é posicionado, anestesiado e devidamente degermado, pronto para a cirurgia. “Esse é um momento bem delicado e de bastante concentração. A gente se conecta ali com o paciente e pede para que Deus abençoe a cirurgia, as nossas mãos e de toda a equipe que está ali”, comenta o Dr. Ivan que, em suas cirurgias, aproveita o momento da degermação para revisar os passos do procedimento cirúrgico. “Todo esse cuidado é para atingir o objetivo principal que é a retirada do tumor”, reforça o neurocirurgião.

Como é a recuperação?

A recuperação de uma cirurgia no crânio inicia-se na unidade de terapia intensiva (UTI), onde o paciente é monitorado e mantido estável, com pronta resposta para qualquer intervenção necessária. “Os primeiros dias são cruciais para a recuperação do paciente. Nesses primeiros dias também já conseguimos avaliar a resposta neurológica dele”, informa o Dr. Ivan Hattanda.

Ele explica que, após a alta da UTI, o paciente é transferido para um quarto hospitalar, onde permanece por mais alguns dias, dependendo da evolução clínica. O período total de internação geralmente dura de 2 a 4 dias, podendo ser mais dias conforme a recuperação e eventuais complicações.

“Em casa, a reabilitação continua com sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e acompanhamento médico regular. O tempo total de recuperação varia de semanas a meses, dependendo da complexidade do caso e do impacto da cirurgia”, diz o médico.

De acordo com ele, a recuperação rápida do paciente é muito importante para que ele seja liberado o quanto antes para a reabilitação ou para o tratamento adicional com o oncologista e o radioterapeuta, para que inicie a quimioterapia e a radioterapia, quando indicado. 

Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.